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Virtualidade, realidade e consciência humana no século XXI

por Maurício Teodoro de Souza

em DEZ/2020

A consciência humana vem sendo construída ao longo da história predominantemente por meio da materialidade, ou seja, do que é tangível e pelo fato de ser verificável por meio dos sentidos lhe é atribuída autoridade para confirmar o que é “real”. Exemplo disso é que tradicionalmente o senso comum utiliza do ditado popular “o que os olhos não veem o coração não sente”; muitas pessoas da tradição religiosa citam as palavras de São Tomé, “ver para crer”; e no campo filosófico, a discussão sobre a dicotomia entre o mundo das ideias versus o mundo concreto há séculos vem sendo objeto de discussão.

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O filósofo René Descartes ratificou essa lógica separatista ao escrever a frase “penso, logo existo!” e, a partir do predomínio dessa afirmação como base para apreensão da “realidade”, a ciência vem comprovando a “veracidade” dos fenômenos estudados ao demonstrar a materialidade de suas hipóteses. A proposição do Método Cartesiano influenciou não apenas a ciência positivista, mas, também, vem influenciando e sustentando uma lógica mecanicista que se serve da observação das macroestruturas para sustentar seus argumentos.

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Entretanto, muito embora essa seja a tradição científica, possivelmente, os fenômenos da Natureza não a reconhecem verdadeira e continuam a se manifestar estabelecendo unidades ao invés de dualidades.

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Foi a partir da proposta de uma “nova racionalidade” que a ciência passou a admitir a dimensão das microestruturas para a compreensão dos fenômenos e, a partir disso, tem sido possível considerar o “não tangível” como integrante dos fenômenos da “realidade”. É essa “nova” visão sobre “realidade” que interessa tratar neste texto.

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A compreensão da interdependência entre as microestruturas e macroestruturas para constituição da “realidade” torna mais possível apreender aquilo que é manifestado pelo fenômeno, mas, infelizmente, devido à educação fragmentada que recebemos nossos sentidos não conseguem conceber a totalidade, pois caso a captassem conceberiam a incompletude, a incerteza, a impermanência como componentes daquilo que denominam “verdade”, e, por meio desse método de abordagem, modificariam o olhar. Desse modo, modificando o olhar, modifica-se a apreensão e transforma-se o pensamento; ao se refletir sobre o pensamento, desenvolve-se a consciência.

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O exercício que se propõe é olhar para a “realidade” de modo que se reconheça ser ela uma projeção, mais do que algo existente de modo tangível para todos, e, assim, pensar na existência de “realidades” quase que na mesma proporção do número que existem seres humanos, para, dessa maneira, refletir sobre a limitação dos sentidos humanos e ter a possibilidade de ampliar nossa consciência para além daquilo que está organizado em forma de partícula. Neste modo de compreensão não há consciência disto ou daquilo, mas sim consciência universal da Natureza.

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Considerando esse ponto de vista, o desafio parece ser conceber a consciência humana de modo unificado, apreendendo o que é tangível e “não tangível”, e reconhecer sua complexidade na descrição do “real”, aproximando-se, assim, da compreensão dos fenômenos e superando a fragmentação. Se assim for, poder-se-á caminhar em direção à ampliação do ser consciente sobre a unidade como processo mental constituído inseparavelmente pelo tangível e pelo intangível, que, especialmente, no mundo ocidental, sofreu ruptura devido ao modelo de pensamento positivista, deixando de reconhecer a subjetividade como componente da “realidade”.

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Não é suficiente abordar o universo microscópico sem o macroscópico, como também, não resolve olhar superficialmente o todo, o exercício aqui desenvolvido é justamente admitir a impossibilidade de solução e conviver com a dúvida, a incerteza, reconhecendo os limites da reflexão acadêmica. Como disse BATESON (1987, p. 34-5):

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“(...) a ciência é uma forma de apreender e de dar, o que nós chamamos ‘sentido’, aos objectos por nós percebidos.(...) Não só nós não podemos predizer o instante seguinte do futuro, mas, e de um modo mais profundo, não podemos predizer a dimensão seguinte do microscópio, do astronomicamente distante ou do geologicamente antigo. Como um método de percepção – isto é tudo o que a ciência pode reivindicar ser – a ciência, tal como todos os outros métodos de percepção, está limitada na sua capacidade de reunir indícios exteriores e visíveis da verdade, seja ela qual for. A ciência investiga; não prova”.

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Infelizmente, tal perspectiva não tem sido estimulada pela maior parte das experiências proporcionadas pelas instituições sociais tradicionais, ou seja,

 

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nossa consciência sobre o que “realidade” é, de modo geral, limitada pelas relações familiares, religiosas, escolares e trabalhistas.

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Roger Penrose (1993) afirmou que o fenômeno consciência é algo que não se pode compreender em termos totalmente clássicos. Para ele, talvez as mentes humanas sejam de fato qualidades com raízes em alguma estranha e maravilhosa característica das leis físicas que governam o mundo em que vivemos, e não apenas em algoritmos determinados pela física newtoniana.

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Werner Heisenberg (1996) indicou que compreender significa, provavelmente, estar de posse de representações e conceitos necessários para reconhecer que uma multidão de fenômenos diferentes faz parte de um todo coerente, constituindo, justamente, a síntese da multiplicidade de fenômenos a um princípio geral e simples, possibilitando operar a visão do múltiplo ao uno. A poética citação de Richard Feynman (1999) demonstra que o universo se manifesta em uma taça de vinho e ilustra a transcendência visionária necessária para reconhecer o fenômeno Natureza em toda sua complexidade:

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“o líquido vivo que evapora dependendo do vento e do clima, os reflexos do copo, e nossa imaginação acrescenta os átomos. O copo como uma destilação das rochas da Terra e, em sua composição os segredos da idade do universo e da evolução das estrelas. Os fermentos, as enzimas, os substratos e os produtos: toda a vida é fermentação. Se nossas pequenas mentes, por alguma conveniência, dividem esse copo de vinho, o universo, em partes (física, biologia, geologia, astronomia, psicologia e assim por diante) a natureza as ignora!”.

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O complexo deve ser concebido como elemento primário existente. Daí resulta que é preciso primeiro examinar o complexo enquanto complexo e passar, em seguida, para estudos de maior complexidade indo ao encontro dos seus elementos e processos elementares de menor complexidade (MORIN, 1990; 1998). Constituir uma forma de pensar em totalidade poderá nos conduzir a um conhecimento menos simplificado da nossa “realidade”, para atitudes que concebam a complexidade. Edgar Morin afirma que o simples não existe, só há o simplificado.

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É necessário, portanto, que aconteça uma mudança radical na consciência sobre o que a Natureza é e inovar os comportamentos no sentido de ampliar a consciência humana sobre os fenômenos vividos.

 

 

A palavra Inovação compõe, em sua essência, um conceito radical (ir à raiz) de “novas ideias em ação”, e deve ser a atitude daqueles que pretendem transcender o modelo positivista em vista de uma consciência ampliada valorizando a tríade: Imaginação – Criatividade – Inteligência, para mais bem apreender os fenômenos da Natureza.

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O comportamento inteligente como fenômeno próprio dos sistemas viventes é gerado por meio da ampliação da consciência sobre qualquer domínio posto durante o desenvolvimento ontogênico, rompendo com a lógica tradicional existente em tal domínio. Maturana e Varella (1998) compreendem que a pergunta “O que é inteligência?”, deveria ser transformada em “Como se gera o comportamento inteligente?”. A resposta implicaria assinalar os processos que, tendo lugar nas interações de sistemas viventes, são resultados das situações relacionais entre o indivíduo e o meio ambiente.

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Comportamento, portanto, é o meio pelo qual observamos a manifestação da inteligência. Os organismos em geral possuem um tipo de comportamento relacional que um observador poderá chamar de comportamento inteligente, fazendo referência às interações que existem entre os organismos, ou entre eles e suas circunstâncias. Percebamos que não apenas macroestruturas se comportam de forma inteligente, mas microestruturas também. Ratificando a argumentação de Paulo Cunha e Silva (1999), o macroscópico necessita ser continuadamente temperado com a visão microscópica.

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Nesse modo de compreender a questão, é necessário transcender a dicotomia e ir ao encontro de propostas integradoras de conhecimento, as quais buscam reconhecer a interdependência e a complementaridade dos fenômenos da Natureza.

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Sem a tríade Imaginação – Criatividade – Inteligência, a possibilidade de integrar conhecimentos fica limitada, pois não concebe o “não tangível”, portanto “não visível”, que está presente no tangível, visível, limitando a possibilidade de uma mudança no padrão da consciência.

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A responsabilidade pela aquisição de um padrão amplo que liga aquilo que temos contato desde o momento de nascimento é do contexto sociocultural, e quando esse contexto nega a subjetividade limita a compreensão dos fenômenos da Natureza de forma mais ampliada. Por esse motivo o desenvolvimento de uma inteligência coletiva é fundamental e tem ocorrido para aqueles que têm acompanhado as mudanças socioculturais para chegarmos até o Século XXI, conforme ilustra a figura 01 de Yoko Ishikura sobre o processo de evolução do que é considerada, hoje, a Sociedade 5.0.

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Evolução tecnológica da sociedade humana

Fonte: https://tattimaeda.com.br/revolucao-silenciosa-bem-vindos-a-sociedade-5-0/

Pierre Levy (1998) já tem apontado há algumas décadas para a urgência de invenção de novos procedimentos para pensamentos que possam fazer emergir comportamentos inteligentes no século XXI, especialmente inteligências coletivas: “inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências” (p.28)". Infelizmente, o senso comum não vem se apropriando do conhecimento eletrônico por meio de uma alfabetização digital, mas sim por meio do consumo e uso de equipamentos sem, muitas vezes, qualquer noção do processo operacional.

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Exemplo dessa alienação digital é a ingenuidade popular em conceber e explicar os diferentes tipos de comunicação eletrônica como nas trocas de mensagens por meio de redes sociais quando é necessário acionar o sistema de satélites dispostos ao redor do planeta e a nova forma de comunicação entre máquinas, pois elas trocam mensagens e têm autonomia para tomar decisões. Isso acontece todas as vezes que os automóveis passam pelo posto de pedágio utilizando sistemas automáticos de comunicação.

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É possível verificar superficialidade na percepção da “realidade” que vem se manifestando no comportamento humano em relação à inovação confundindo o uso de novas tecnologias com consciência do fenômeno. Muitas vezes os equipamentos têm sido usados de forma não muito diferente do “modus operante” da primeira ferramenta criada pelo ser humano e assim desvalorizando a importância da tríade na constituição do “novo”. Os estímulos para a inovação são o inesperado e a incerteza, o que, para o senso comum, muitas vezes, não tem materialidade.

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Outro exemplo do desequilíbrio para o sistema social mundial hoje é a pandemia do Covid-19. Ela tem demonstrado toda a força do “não tangível”. A transformação mundial de hábitos que este micro-organismo trouxe para a ampliação da consciência sobre a interdependência entre os seres humanos, expondo a complexidade do fenômeno “realidade” é, sem dúvida, espetacular. A perspectiva do comportamento inteligente coletivo nunca fora tão importante para a sociedade continuar a conviver. Não há precedente, pois as gerações anteriores não tiveram qualquer experiência nessa “nova racionalidade” nem com o que fora a crise causada pela gripe espanhola (1918-1920), e, para aqueles que necessitam “ver pra crer”, é como lutar contra algo que não é “real”.

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Na esteira da pandemia, está presente a necessidade de mudar a forma de se comportar nas relações humanas e, assim, alterar as relações sociais tangíveis (PRESENÇA FÍSICA) pelas relações sociais virtuais, intangíveis (PRESENÇA VIRTUAL). Para isso, é fundamental reconhecer que a ideia de PRESENÇA está posta, entretanto para a noção tradicional ainda prevalece o pensamento de que o que é virtual não é “real”.

 

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Em vários momentos o senso comum tem atribuído uma conotação de experiência “irreal” às relações humanas ocorridas por meio da PRESENÇA VIRTUAL, o que indica uma consciência limitada para reconhecer o que “realidade” é.

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Se “realidade” é aquilo projetado pela consciência e se o que é projetado está diretamente relacionado com a capacidade de conhecer, consequentemente, se amplia a consciência, portanto é preciso refletir sobre a percepção da “realidade” e se há encarnação desse conhecimento no atual ciclo de desenvolvimento da sociedade humana. O fato de toda percepção implicar uma ação e toda ação implicar uma percepção, torna o mecanismo de percepção-ação a lógica fundadora do sistema neuronal encarnado (VARELLA, 1998).

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Vale lembrar que a “realidade” sempre foi, também, virtual. A virtualidade sempre esteve presente no cotidiano das pessoas: ela proporciona pensar em uma perspectiva humana a partir daquele que realiza o movimento. Um exemplo mundial dessa perspectiva é “Jesus Cristo”. A partir Dele, o mundo vive um mesmo calendário, mesmo que ninguém comprove Sua materialidade. Assim, é fundamental que a ideia de Presença Virtual seja compreendida como “realidade”.

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A mudança de paradigma migrando do pensamento “linear” para o pensamento “não linear” necessita de uma inteligência que conceba as relações e isso não pode ser feito por meio da análise, não há partes, em absoluto. Aquilo que denominamos parte é apenas um padrão numa teia inseparável de relações. Marina (1995) discute sobre o movimento inteligente afirmando que a inteligência humana é, evidentemente, uma inteligência encarnada e a atividade mental é toda atividade humana interiorizada e se manifesta na dimensão do intangível, ou seja, virtual.

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Pierre Levy (1993; 1998; 2011) aponta para o mundo virtual atual, no sentido amplo, como um universo de possibilidades, calculáveis a partir de um modelo digital; porém, é necessário transcender esse modelo porque, ao interagir com o mundo virtual, os usuários o exploram e o atualizam simultaneamente, as interações podem enriquecer ou modificar o modelo e, assim, o mundo virtual torna-se um vetor de inteligência e criação coletivas.

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Para ele, a oposição entre real e virtual é fácil e enganosa, pois o virtual não se opõe ao real, mas sim ao atual. Contrariamente ao possível, estático e já constituído, o virtual constitui a entidade que encontra sua consistência essencial nas “virtualidades inerentes a um ser, sua problemática, o nó de tensões que o movem”. A definição do virtual como movimento inverso da atualização é importante para a ampliação da consciência, pois é uma “elevação à potência” da entidade e seu lugar de expressão é o ciberespaço. Nesse sentido é preciso ter cuidado para não exilar aqueles que não têm acesso à consciência do fenômeno “realidade”, pois a força e velocidade do ciberespaço podem novamente tornar as pessoas nômades e limitadas ao uso inconsciente ou à negação.

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Os modos e processos pensados por Pierre Levy são: a possibilidade, o real, o atual e o virtual e são ilustrados na Figura 02 (LEVY, 2011, p. 145; MONTEIRO, 2004, p. 111).

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Os modos de ser e os processos virtuais de Pierre Levy

O autor dá as boas vindas aos caminhos do virtual e ressalta a necessidade dos seres humanos serem acolhidos nesse momento de grande mudança de comportamento, pois, se não for assim, a percepção de estar sendo arrastado, enxertado, capturado e esquartejado por esse imenso acontecimento mundial gerará, inevitavelmente, um sentimento de violência e discriminação. O fato de não cessar, de avançar e se recriar constantemente precisa ser visto por meio da “nova racionalidade” para que as pessoas, assim, se (re)conheçam na “nova morada” do gênero humano.

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Estar consciente desse processo significa criar canais para inovar os comportamentos humanos e ampliar a consciência sobre PRESENÇA VIRTUAL como projeção da “realidade”, não limitando apenas à operacionalização de aparelhos tecnológicos, mas transformando-os em meio de acesso a uma consciência universal capaz de conceber a complexidade das interações da Natureza de modo a ser consciente da unidade. Presença Física e Presença Virtual se constituem como unidade do fenômeno “realidade”. O reconhecimento disso aproxima a visão dos conceitos da geometria fractal, proposta por Benoit Mandelbrot (2003), indicando que diferentes áreas do conhecimento têm compreendido de modo ampliado a Natureza e isso poderá contribuir significativamente para esclarecer a unidade existente na PRESENÇA humana.

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É possível verificar que o princípio da iteração, por exemplo, vem sendo aplicado em diferentes tempos históricos e áreas, as quais são desconhecidas daqueles que não concebem para além da materialidade. Diversos comportamentos projetados em diferentes contextos permitem reconhecer a autossimilaridade dos sistemas na manifestação da “realidade”. Aplicações desse princípio podem ser vistas em produções cinematográficas como Star Wars – Revenge of the Sith (2005), dirigido por George Lucas, ou em pinturas, como por exemplo, Convergence (1952), de Jackson Pollock, e na xilogravura A Grande Onda (1830), de Kanagawa, de Katsushika Hokusai, entre outras (Para esclarecimento sobre o uso a aplicação dos princípios da Geometria Fractal nas artes, consultar: SEMMER, Simone; SILVA, Sani de Carvalho Rutz da; NEVES, Marcos Cesar Danhoni; PILATTI, Luiz Alberto. Fractais, contextualização de matemática e arte. Espacios. Vol. 36 (Nº 08) Año 2015 e CUNHA e SILVA, Paulo. O lugar do corpo: elementos para uma cartografia fractal. Coleção: Epistemologia e Sociedade. Instituto Piaget, 1999).

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Convergence (Jackson Pollock, 1952).

Fonte: http://pollockprints.org/convergence/

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A grande onda de Kanagawa (Katsushika Hokusai,1830)

Fonte:https://coisasdojapao.com/2020/06/a-grande-onda-de-kanagawa/

A geometria fractal possibilita ampliar o olhar para a lógica da não linearidade, ampliando, portanto, a consciência e mais bem descrevendo a complexidade dos fenômenos da natureza.

 

Por meio do paradigma cartesiano, conforme comentado anteriormente, isso não seria possível, mas, com a “nova racionalidade” indicando como conceber as incertezas, as instabilidades e como pensar de maneira “não linear”, existe uma nova linguagem para compreender o comportamento observado usando o caráter qualitativo, a visão global e as inter-relações subjacentes.

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Portanto, reconhecer o nível de complexidade existente na Natureza e ter consciência sobre o processo de auto-organização contribui para refletir sobre a presença de múltiplas interações, físicas e virtuais (macro e microscópicas; tangíveis e “não tangíveis”), tornando a visão complexa de maneira a conceber que todas as partes “afetam” umas às outras de maneira intrincada, gerando auto-organização do sistema.

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Assim, projetar um movimento para ampliar o nível de consciência humana alçando-a a dimensão da unidade universal passa por reconhecer que não se trata de PRESENÇA FÍSICA OU PRESENÇA VIRTUAL, mas sim PRESENÇA!

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Compreender a ampliação da consciência para as interações entre o “universo” microscópico e o macroscópico na determinação do que é denominado “realidade”. Ampliar a visão para ampliar a consciência sobre a composição da “realidade”, pretendendo atualizar a consciência sobre os fenômenos para uma projeção mais próxima da “realidade”, constituindo-se como um processo para desenvolvimento dos comportamentos inteligentes e coletivos para viver na atualidade.

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Referências

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BATESON, Gregory. Natureza e espírito. Coleção Ciência Nova no.3 (tradução Maria do Rosário Carrilho). Portugal: Publicações Dom Quixote Lda, 1987.

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CUNHA e SILVA, Paulo. O lugar do corpo: elementos para uma cartografia fractal. Coleção: Epistemologia e Sociedade. Instituto Piaget, 1999.

 

FEYNMAN, Richard P. Física em seis lições. (tradução Ivo Korytowski). 2ª edição. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.

 

HEISENBERG, Werner. A parte e o todo: encontros e conversas sobre física, filosofia, religião e política. (Tradução Vera Ribeiro). Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.

 

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MARINA, José Antonio. Teoria da inteligencia criadora. (Tradução Fernando Moutinho). Lisboa: Editorial Caminho AS, 1995.

 

MATURANA, Humberto e VARELA, Francisco. Da biologia à psicologia. (tradução Juan Acuña Llorens). 3a edição. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

 

MONTEIRO, Silvana Drumond. Aspectos filosóficos do virtual e as obras simbólicas no ciberespaço. Ci. Inf., Brasília, v. 33, n. 1, p. 108-116, jan./abril 2004.

 

MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. 2a.ed. (tradução de Dulce Matos). Lisboa: Instituto Piaget Divisão Editorial, 1990.

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PENROSE, Roger. A mente nova do rei: mentes e as leis da física. (Tradução Waltensir Dutra). Rio de Janeiro: Campus, 1993.

 

SEMMER, Simone; SILVA, Sani de Carvalho Rutz da; NEVES, Marcos Cesar Danhoni; PILATTI, Luiz Alberto. Fractais, contextualização de matemática e arte. Espacios. Vol. 36 (Nº 08) Año 2015. (https://www.revistaespacios.com/a15v36n08/15360810.html).

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Maurício Teodoro de Souza é mestre e doutor em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (FEF-UNICAMP). Atualmente desenvolve o projeto www.mauricioteodoroeducacional.com.br

@mauricioteodoroeducacional

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